Lotta per la giustizia e diritto alla felicità

Lotta per la giustizia e diritto alla felicità

Questo articolo è uscito in occasione del Festival IL TEMPO DELLE DONNE alla Triennale di Milano, che quell’anno era dedicato alla FELICITA’. Ho avuto il piacere di partecipare a una splendida esperienza con 380 ospiti arrivati da tutto il mondo per interrogarsi sul tema. Si legge allargando il file. Dato che l’articolo è sul Brasile ecco qui una traduzione per la mia amica Shirley Krenak e gli altri lusoparlanti.

Para Shirley Krenak e outros lusofalantes traduçao. Este artigo saiu em ocasiao do Festival “Tempo das mulheres” do jornal Corriere della Sera em Milano. O tema do encontro foi FELICIDADE. Mas de 380 personalidades do mundo foram chamadas a articular sobre o tema.

Aì a traduçao: O DIREITO A SER FELIZES COMO LEI MORAL DOS POVOS NUNCA VENCIDOS Nos meus ultimo trinta anos de pesquisa entre xamoes no Mato Grosso,maes de santo na Bahia e no Benin e nas montanhas da Calabria, constatei um alto nivel de felicidade entre aqueles que minimizam suas necessidades materiais. Jorge Amado, o escritor baiano que, no início da minha investigação antropológica me abriu a porta da casa e com ele as “sete portas do mistério” da cidade de Salvador, chamou esta atitude predominante entre quem tem pouco “direito à felicidade” , para o qual ninguém queria absolutamente desistir. Seus personagens, capturados nos bairros mais miseráveis, que escondiam flashes inesperados de poesia, eram mulheres talentosas, malandros e adeptos aos espíritos africanos transplantados entre o esplendores barrocos da Bahia. Todos eles caçavam sistematicamnte felicidade. E conseguiam. Na contemplação gratuita da beleza, na alegria das pequenas coisas, na arte de desfrutar o bem da vida, mesmo nas condições materiais mais difíceis, sempre acompanhados por sua irmã mais próxima: a alegria. “Teresa segurou un cargo de sofrimento muito pesado, – escreve Amado em “Teresa Batista cansada de guerra”, mas nunca deu importância a desgraça, meu irmão, por Teresa contava apenas a alegria.” Constatei que era verdade, na vida real de bairros como Alagados, Liberdade, Pelourinho. Amado vinculou a felicidade à “boa luta pela justiça”. Mas no Brasil dos violentos conflitos sociais torna-se dificil realizar esta atitude brotada da peculiar mistura cultural, que é antecipação da humanidade do futuro. Porem, mesmo o antropologo frances Lévi Strauss, em um de seus últimos discursos públicos, falando de violência e corrupção no Brasil, vaticinou: “A cordialidade, a ternura, a alegria brasileira, estas permanecerão”. Ele viu de perto a matriz destes sentimentos em sua viajem em 1935, o que levará à elaboração do seu livro mais famoso “Tristes Trópicos”. Quando ele acampou pela primeira vez no mato com os Nabikwara sentiu angústia e compaixão encarando esta humanidade “nua e tremante ao lado de fogos vacilantes tentando esquetar a noite”. Mas tambem ficou imensamente emocionato vendo de perto “a mais comovente expressão da ternura humana. ” Difícil comparar o sentimento encontrado por Levi Strauss entre os nativos do Brasil com a felicidade opulenta “vendida” pela nossa sociadade. Mas hoje também muitos povos indígenas encaram o mundo como uma obra perfeita e completa, uma criaçao divina que não necessita de mudanças, da qual, sem desejar mais nada, se sentem parte integrante. Para muitos povos nativos que conheci, Kaiapó, Xavante, Yanomami, a felicidade coincide precisamente com a restauração desse estado natural, geralmente destruído pelo homem branco. A valente Shirley Krenak è porta-voz de seu povo, os Krenak de MInas Geraes. Porta-voz no sentido literal: ela tem o dom de ter misteriosamente dentro da sua prorpia voz aquela do povo inteiro. Ela diz que a felicidade coincide com um banho no rio, aquele que sua filha não pode mais tomar, após o espantoso crime ambiental que envenenou o sagrado Rio Doce. Então Shirley, que viaja o mundo afora para divulgar a história de seu povo, convida os presentes, na Italia, na Alemanha, na Bolivia a cantar com ela e dançar, de mão dada. Cantando para celebrar a vida, criando ligaçoes espirituais e agradecendo a natureza. Dançando, o circulo magico vira abraço humano para restaurar a unidade perdida. Todos entram em ressonância, por magia você se sente unido, transportado junto com os outros na margem do rio, pertence à mesma tribo. Entre a emoção geral, a voz límpida de um povo já declarado extinto por algum antropólogo distraído, cumprimenta-se e vai embora, lançando um memorandum universal: “Lembre-se de ser feliz!”

Ascolta qui il programma Nativos

Leave a comment